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Boletim

Zoneamento macro - Aptidão ecológica da cultura do abacate

Mapa da Aptidão climatica para Cultura do Abacate

Aptidão agroclimática da cultura do Abacate

Segundo Leon (1968), os tipos silvestres do abacate (Persea americana Mill) se encontram em regiões montanhosas desde o México até Costa Rica, na América Central. Comercialmente, Ochse et al. (1965) informam que o abacate é cultivado em toda a faixa intertropical, incluindo áreas subtropicais como o sul dos Estados Unidos, norte da Argentina e do Chile, sul do Brasil, África do Sul, Austrália, etc.

Exigência climáticas

São conhecidas três raças de abacate com distintas exigências climáticas com referência ao fator térmico: Antilhana, Guatemalense e Mexicana.

A raça Antilhana, ou das Índias Ocidentais, é natural das terras baixas das Américas Central e Sul, com altitude inferior a 800 metros. São exigentes em calor e umidade e prejudicadas onde as temperaturas atingem 6ºC ou menos. São favorecidas por abundância de precipitações, especialmente em clima tipo monçonico com verão chuvoso e inverno seco.

A raça Guatemalense é originária das terras altas da América Central e sul do México, com altitudes entre 800 e 2400 metros. Pode ser considerada subtropical. Pode ser cultivada onde as médias de temperaturas mínimas mostram-se superiores a 4,5ºC.

A raça Mexicana tem origem nas terras bem altas do México, Equador, Peru e Chile, com altitudes entre 2400 e 2800 metros. É muito resistente ao frio, podendo suportar temperaturas mínimas até –2,2 ºC.

Todas as raças de abacate exigem solos profundos e bem drenados, com clima úmido e semi-úmido. O excesso de umidade estimula as infecções. É preferível região com estações bem definidas, com clima tropical, tipo moncônico, a regiões com regime pluviométrico anual uniforme.

Parâmetros climáticos adotados

Os parâmetros adotados na definição dessas exigências climáticas básicas para as três raças de abacate foram baseados nos valores das temperaturas médias anuais e dos índices hídricos, segundo Thornthwaite (1948). As médias termométricas anuais normais estão estreitamente relacionadas com as mínimas extremas indicadas por Ochse et al. (1965) como indicativas das exigências das diferentes raças do abacate.
No preparo da carta da aptidão climática para a cultura do abacate foram considerados os requerimentos climáticos das diferentes raças.

a) temperatura média anual, (Ta) de 17 ºC indica o limite abaixo do qual aparecem as restrições marcantes para a cultura comercial do abacate; condicionando a inaptidão para a raça Antilhana e a marginalidade climática para a raça Guatemalense, particurlarmente por estarem sujeitas aos danos das geadas;

b) Ta de 17 a 19 ºC indicam os limites da faixa com plena aptidão térmica para as variedades das raças Mexicana e Guatemalense e marginalidade para a raça Antilhana por restrições térmicas;

c) índice hídrico, (Im) igual a 100 corresponde ao limite de umidade climática acima do qual aparece marginalidade para as três raças, por problemas fitossanitários provocados por excesso de umidade.

Cartografia – faixas de aptidão climática

As faixas com as diferentes classes de aptidão climática previstas para as variedades das três raças de abacate foram:

Faixa "A" – Ta, acima de 19 ºC e Im, inferior a 100. É considerada climaticamente apta as três raças. As condições térmicas e hídricas apresentam-se satisfatórias à vegetação, à frutificação e à sanidade da cultura.

Essa faixa compreende praticamente quase todo o Planalto Paulista. As áreas serranas, das Serras do Mar e da Mantiqueira, muito frias, estão fora por apresentar problemas de deficiências térmicas para a raça Antilhana.

Faixa "B" – Ta, entre 17 e 19 ºC e Im, inferior a 100. É considerada apta às raças subtropicais, Mexicana e Guatemalense, mais adaptadas ao frio. A raça Antilhana, essencialmente tropical, encontra problemas de restrição térmica e de geadas prejudiciais, nesta faixa. A faixa foi considerada marginal para a cultura comercial. Situa-se na parte sul do Planalto Paulista, abrangendo as áreas serranas da Serra do Mar, da Mantiqueira e seus contrafortes.

Faixa "C" – Ta, inferior a 17 ºC. Esta faixa, compreendendo as áreas mais altas e frias do Estado, foi considerada apenas marginal para as variedades das raças Guatemalense e Mexicana, que podem encontrar possibilidade de cultura comercial, embora alguns cultivares possam sofrer restrições por deficiência térmica. Para a raça Antilhana, a faixa foi considerada inapta para a cultura comercial, por apresentar deficiências limitantes e estar sujeita a incidência de geadas.

A faixa compreende algumas pequenas áreas, nos pontos mais altos das zonas serranas do Estado, como a região de Campos do Jordão, na região da Bocaina, na Serra do Mar e na de Itapeva, na Serra de Piracicaba, sul do planalto.

Faixa "D" – Im, superior a 100. Indica condições de clima super úmido. A faixa se apresenta marginal para todas as raças de abacate, por estar muito sujeita a problemas fitossanitários. Abrange a maior parte da faixa litorânea e vertente marítima da Serra do Mar, no sul do Estado.

Fonte: Zoneamento agrícola do Estado de São Paulo, Vol. 2 – 1977.

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