CIIAGRO

Centro integrado de informações agrometeorológicas

Boletim

Zoneamento macro - Aptidão ecológica da cultura da mandioca

Mapa da aptidão da cultura da mandioca

Aptidão climática para a cultura da mandioca industrial

A mandioca, como as demais espécies do gênero Manihot, tem a origem nas Américas. Admite-se que o centro de origem da mandioca é a área que se estende do Paraguai ao Nordeste do Brasil. É uma faixa que apresenta áreas secas ou com estiagem bastante pronunciada. A condição climática predominante compreende os tipos Cw e Aw da classificação de Köeppen, caracterizados por temperaturas elevadas e estação seca de inverno bem definida.

Exigências climáticas

A cultura comercial da mandioca é feita hoje em regiões compreendidas entre latitudes de 30 graus norte e sul e altitudes de 1000 metros. Cock e Rosas (1975), consideram que a mandioca tem em áreas com temperatura média anual abaixo de 20 ºC um potencial vegetativo muito limitado e que para um ótimo crescimento ela requer temperaturas médias de 25 ºC ou maiores. Em áreas com temperaturas noturnas muito baixas, os problemas com lesões causadas por Phoma se tornam freqüentemente muito severas.

Camargo (1969), considera as exigências climáticas da cultura da mandioca muito semelhantes às da cana-de-açúcar. Para ambas as culturas, consideradas como tropicais-equatoriais perenes, foram admitidas como requerimentos para plena aptidão, quanto ao fator hídrico, um deficiência hídrica anual, segundo o balanço hídrico de Thornthwaite (1955) – 125 mm, inferior a 200 mm. Áreas com deficiências hídricas superiores a 400 mm anuais seriam consideradas inaptas climaticamente para cultura comercial. Quanto ao fator térmico, o mesmo autora admitiu que áreas com evapotranspiração potencial (Ep), segundo Thornthwaite, superior a 850 mm, o que corresponde aproximadamente á temperatura média anual de 18 ºC, apresentam aptidão para a cultura comercial da cana-de-açúcar e da mandioca.

Camargo (1969a), em trabalho de zoneamento da aptidão climática da agricultura para o Vale do Rio Doce, incluiu a mandioca entre as plantas de clima tropical úmido, melhor adaptado às áreas bastante quentes, com Ep anual superior a 900 mm (correspondente às temperaturas médias anuais acima de 19 ºC) e com clima úmido a semi-úmido com índice hídrico de Thornthwaite (Im) superior a zero.

Parâmetros adotados no zoneamento

Para o traçado da carta de aptidão climática para a cultura da mandioca considerou-se os requerimentos de uma produção industrial, condição em que é necessário obter produtividade elevada de matéria prima.

Com respeito ao fator hídrico, o Estado de São Paulo não apresenta qualquer restrição à cultura da mandioca por deficiência de umidade. As deficiências hídricas anuais mais elevadas encontradas no planalto, normalmente pouco ultrapassam a 160 mm e pode se considerar que a cultura da mandioca suporta bem deficiências até 200 mm anuais. É o excesso de umidade que pode trazer dificuldades à maturação e à colheita da mandioca para fins industriais. Áreas superúmidas com Im superiores a 100, podem ser considerados marginais a inaptas para a cultura.

Com base no fator térmico, quase todo o território do Estado também apresenta aptidão para a cultura mandioqueira. As observações têm mostrado que apenas as áreas serranas muito frias, com temperaturas médias anuais inferiores a 17 ou 18 ºC se apresentam marginais ou inaptas por insuficiência térmica.

Os parâmetros adotados para a definição das faixas de aptidão climática para a cultura da mandioca industrial no Estado de São Paulo foram:

a) Temperatura média anual (Ta) = 19 ºC: indica o limite acima do qual a faixa é considerada termicamente apta à cultura comercial; abaixo desse limite aparecem restrições ponderáveis à produtividade;

b) Ta = 17 ºC: significa o limite abaixo do qual há carência térmica e inaptidão para a cultura;

c) Índice hídrico de Thornthwaite (Im) = 100: indica o limite acima do qual o clima se mostra superúmido e traz marginalidade ou inaptidão à cultura industrial por problemas na maturação e colheita do produto.

Cartografia – Faixas de Aptidão Climática

As diferentes faixas de aptidão climáticas adotadas para a cultura da mandioca industrial, são as seguintes:

Faixa "A" – Ta superior a 19 ºC e Im inferior a 100. A faixa apresenta plena aptidão climática térmica e hidricamente, para a cultura da mandioca industrial. Abrange quase todo o planalto do Estado, o Vale do Paraíba e o Vale do Ribeira do Iguape, no litoral.

Faixa "B" – Ta entre 17 e 19 ºC. É faixa marginal por restrição térmica, e por sofrer geadas freqüentes. Situa-se no sul do Planalto, e parte da área serrana bastante fria.

Faixa "C" – Im, acima de 100, indicando clima superúmido. É considerada inapta para a cultura da mandioca industrial. Compreende as áreas litorâneas e vertentes sudeste da Serra do Mar, as mais úmidas do Estado.

Faixa "D" – Ta inferior a 17 ºC. Mostra-se inapta, climaticamente, por insuficiência, térmica. Abrange as áreas serranas mais altas e frias das Serras de Mantiqueira e do Mar.

Fonte: Zoneamento Agrícola do Estado de São Paulo, vol. 2. 1977.

Fale conosco | Mapa do Site | © 2009 CIIAGRO

Brasão do Estado São Paulo