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Boletim

Zoneamento macro - Aptidão ecológica da cultura do café

Mapa da aptidão da cultura do café

Aptidão agroclimática

Os cafeeiros da espécie arábica vegetam espontaneamente nos altiplanos da Etiópia, a altitudes de 1500 a 1900m, onde a temperatura do ar oscila entre 17 a 20 ºC e as chuvas anuais são da ordem de 1500 a 2000 mm. Embora os cafeeiros possam vegerar em uma extensa área geográfica, em sua maior parte nas áreas intertropicais, a sua produção econômica se restringe a uma área bem menor, onde os fatores ecológicos são mais favoráveis. Para exploração econômica de Coffea arabica, são fundamentais os parâmetros climáticos que possibilitem condições favoráveis ao crescimento vegetativo, ao processo de frutificação e á fase preparativa da planta.

Exigências e parâmetros climáticos

a) Temperatura – Temperaturas médias anuais (Ta) entre 18 e 22 ºC parecem ser os limites mais indicados ao cafeeiro. Os índices térmicos médios anuais entre 19 e 21 ºC representam os valores ideais nas áreas próximas ao trópico.

O cafeeiro á pouco tolerante ao frio. Temperatura de –2 ºC próxima às folhas já provoca início de danos aos tecidos. Esse índice, de modo geral, corresponde a valores de 1 a 2 ºC medidos nos abrigos meteorológicos padrões, dependendo das condições topográficas das lavouras, da localização do próprio posto meteorológico, bem como da inversão do gradiente da temperatura do ar. Até 22º de latitude sul são observadas geadas esporádicas, com baixa freqüência. Entre as latitudes de 22 a 23º a freqüência de geadas aumenta, principalmente nas regiões cafeicultoras mais continentais do Estado de São Paulo e Paraná. Como medidas preventivas de combate às geadas, a localização das lavouras em condições de relevo apropriadas é fundamental: áreas planas, espigões côncavos, terrenos de baixada e mesmo meias encostas com pequena declividade são evitados para plantio.

Por outro lado, regiões onde temperaturas acima de 30 ºC são freqüentes durante períodos longos, a produção do C. arabica a pleno sol é prejudicada. Esses danos ocorrem principalmente na fase de florescimento, quando grande número de botões florais aborta, não produzindo frutos. Regiões onde as médias anuais ultrapassam 22 ºC já apresentam significado número diário de horas com índices térmicos acima de30 ºC. Em regiões com médias anuais de 23 ºC esse problema parece mais grave, tudo indicando ser essa temperatura, limite de cultivo econômico do C. arabica a pleno sol.

b) Precipitação e disponibilidade hídrica – Para o cafeeiro, não se pode estabelecer um ótimo de precipitação anual, uma vez que as necessidades hídricas dependem de outros fatores, como a distribuição anual de chuvas, a condição de energia térmica durante as estações e consequentemente do ritmo anual de evapotranspiração potencial.

A distribuição deve ser tal que não haja período demasiadamente longo sem chuva e este deve coincidir com o final da maturação. Quando a maturação e a colheita coincidirem com um período de seca relativa no inverno, a deficiência hídrica não chega a prejudicar sensivelmente o cafeeiro, favorecendo a colheita e criando condições propícias à obtenção de um produto de melhor qualidade.

Segundo dados comparativos do balanço hídrico climático para várias regiões cafeicultoras do Brasil, deficiências hídricas anuais maiores que 150 mm afetam bastante a longevidade econômica de C. arabica. Além do total anual da seca, é muito importante a época de sua ocorrência.

Cartografia – faixas de aptidão climática

Para o café foram delimitadas as seguintes faixas de aptidão climática:

Faixa "A" – Temperatura média anual (Ta), entre 18º e 22 ºC, e, Deficiência hídrica anual (Da), menor que 150 mm, faixa considerada apta por apresentar condições térmicas e hídricas satisfatórias ao cafeeiro.

Faixa "B" – Ta entre 22 e 23 ºC e Da menor que 150 mm. Faixa considerada apta a marginal por apresentar restrições quanto às condições térmicas. As condições hídricas são satisfatórias.

Faixa "C" – Ta entre 18 a 22 ºC e Da igual a 0 mm. Condições térmicas satisfatórias, mas com umidade excessiva no florescimento e maturação do cafeeiro. Faixa considerada como apta a marginal.

Faixa "D" – Ta entre 23 e 23,5 ºC com Da menor que 150 mm. As condições térmicas apresentam certa marginalidade; as temperaturas são elevadas, condições hídricas satisfatórias. Faixa considerada marginal.

Faixa "E" – Ta entre 22 e 23 ºC, Da, menor que 150 mm, apresentando uma deficiência hídrica nos meses de outubro e novembro maior que 10 mm, o que condiciona falta d’água para a cultura nas fases do florescimento e vegetação. As condições térmicas são consideradas marginais assim como a própria faixa de aptidão.

Faixa "F" – Ta, entre 17 e 18 ºC e Da igual a 0 mm. Há uma restrição térmica para a cultura, inclusive ocorrência de geadas freqüentes. Apresenta um inverno prejudicial à cultura. A faixa é considerada com marginal.

Faixa "G" – Ta entre 18 e 19 ºC com Da igual a 0 mm. Apresenta um inverno úmido e restrições térmicas: faixa marginal.

Faixa "H" – Ta entre 23 e 23,5 ºC; Da menor que 150 mm e deficiência hídrica nos meses de outubro e novembro maior que 10 mm, acarretando para a faixa, condições térmicas marginais, com temperaturas elevadas; deficiências hídricas no florescimento e vegetação. Faixa marginal a inapta.

Faixa "J" – Ta entre 23 e 23,5 ºC; Da maior que 150 mm. Faixa considerada como marginal a inapta por apresentar temperaturas elevadas e deficiência hídrica anual acentuada.

Faixa "K" – É definida por uma "linha de geada" e Da igual a 0 mm. A faixa e inapta para a cafeicultura por apresentar geadas severas e freqüentes e por insuficiência térmica.

Faixa "L" – Faixa inapta para a cultura do café, por excesso de umidade, acarretando sérios problemas fitossanitários: apresenta um índice de umidade (Im) maior que 100, umidade relativa (UR) maior que 85% e Da igual a 0 mm.

Fonte: Zoneamento Agrícola do Estado de São Paulo – Vol.2.

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