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Boletim

Zoneamento macro - Aptidão ecológica da cultura do girassol

Mapa da aptidão da cultura do girassol

Aptidão agroclimática para a cultura do girassol

O girassol (Helianthus annuus L.) é originário da América do Norte, particularmente dos estados centrais dos Estados Unidos. O material cultivado pertence à mesma espécie nativa, que apresenta três subspécies; a subspécie H. annuus var. macrocarpus corresponde ao girassol cultivado, segundo Luciano & Davreaux (1967).

Exigências climáticas

A cultura do girassol apresenta exigências climáticas comparáveis às do milho e da soja. Considera-se, porém, que a primeira possua maior capacidade de adaptação às condições marginais de clima que as últimas. O girassol mostra, como a soja, maior resistência à seca e tolerância às baixas temperaturas que o milho Putt (1963). Segundo Papadakis (1952), as faixas consideradas climaticamente aptas para o girassol podem se estender bem além das estabelecidas para o milho.

O girassol se caracteriza pela grande precocidade. Seu ciclo vegetativo é, em geral, inferior a 120 dias, sendo de menos de 90 dias para as variedades precoces. Não está sugeito a problemas de fotoperiodismo, sendo também, por esta razão, considerado menos exigente em clima que a soja.

A cultura pode ser feita tanto no início como no centro ou no fim da estação vegetativa. Isso possibilita o aproveitamento do período disponivel na estação ou então à escolha daquele que melhor se adapte às suas exigências climáticas. Nesse particular, assemelha-se às características da cultura do amendoim no Estado de São Paulo, Camargo (1971).

No Brasil, apesar de introduzida a várias décadas, só nos últimos anos vem alcançando bases comerciais, como produtora de óleo de mesa.

Os balanços hídricos de Kiev, na Russia, e de Bucareste, na România, bem como o de Rosário, na Argentina, indicam as características do clima das principais regiões de cultura comercial de girassol do globo. Pode-se inferir que elas são bastante semelhantes às encontradas em Omaha, Nebrasca, sua região de origem.

Carta de aptidão climática

O zoneamento de aptidão climática para a cultura de girassol em São Paulo, que constitui uma atualização do mapeamento efetuado por Camargo (1971), mostra que a grande maioria do território do Estado apresenta-se favorável, quer como cultura única, quer como cultura dupla, das águas e da seca, ou mesmo para a rotação com o trigo.

O critério para o mapeamento da aptidão climática do girassol em São Paulo baseou-se em dois parâmetros fundamentais de balanço hídrico:

a) Deficiências hídricas anuais;

b) Excedentes hídricos anuais;

Não foi considerado no mapeamento qualquer parâmetro relacionado aos fatores térmicos. Sendo o girassol planta de grande tolerância aos extremos termométricos, não encontra, praticamente, dentro dos limites do Estado, restrições climáticas nesse sentido (Camargo, 1971).

Quando se considera o aproveitamento da terra para culturas complementares ou rotação com o trigo, caso em que há necessidade de longa estação vegetativa, poderão aparecer dificuldades ou marginalidade, por falta de umidade no solo. Considerou-se, que as áreas onde a estação seca esta presente, mas não demasiadamente prolongado e intensa, com Da entre 0 e 140 mm anuais, não haverá dificuldades maiores para fazer duas culturas complementares no ano, como as de amendoim-girassol; feijão-girassol; arroz-de-sequeiro-girassol; algodão-girassol etc. Dispondo-se de variedades de girassol resistentes à ferrugem, a oleaginosa podera ser cultivada também na plantação das águas e entrar na rotação com trigo plantado em março.

Fatores de marginalidade ou inaptidão, decorrentes do excesso de umidade, que agravam moléstias fitossanitárias e trazem dificuldades nas operações de cultivo e colheita, foram considerados presentes nas áreas sem deficiências hídricas (Da = 0 mm) e onde os excedentes hídricos são muito elevados, acima de 500 mm anuais. Nesse último caso, a faixa foi admitida como inapta para a cultura comercial do girassol.

Limitações Climáticas – Foram adotados os seguintes parâmetros climáticos, propostos por Camargo (1971):

a) Deficiências hídricas anuais = 140 mm: indica o limite superior da faixa, considerada apta para fazer duas culturas anuais, complementares, no mesmo terreno. Na faixa com Da superior a 140 mm, admite-se que a estação vegetativa seja curta e suficiente, apenas, para uma única cultura por ano;

b) Deficiências hídricas = 0 mm: aponta o limite inferior da faixa considerada apta para a cultura do girassol. Nas faixas com Da = 0 mm, isto é, sem estação seca, admite-se que a planta encontre condições de umidade elevada o ano todo, prejudicando o aspecto fitossanitário;

c) Excedentes hídricos (Ea) = 500 mm: compreende o limite das faixas excessivamente úmidas e consideradas inaptas às culturas comerciais de girassol.

Cartografia – A faixa "A", com deficiências hídricas entre 0 e 140 mm anuais, considerada apta para duas culturas, complementares, de girassol ou para rotação com soja, como se [pode ver pela carta, abrange a maior parte do território, quase toda a parte central. No extremo norte, proximo ao Rio Grande, aparece a faixa "B", com deficiências hídricas acima de 140 mm, e que se apresenta apta apenas para a cultura única de girassol.

As faixas "C" e "D", respectivamente, consideradas marginal e inapta, para a cultura, por apresentarem problemas de excesso de umidade, ocupam áreas menores do território, nas regiões montanhosas do sul do planalto e na baixada litorânea.

Fonte: Zoneamento Agrícola do Estado de São Paulo, vol. 1. 1974.

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