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Boletim

Zoneamento macro - Aptidão ecológica da cultura da milho

Mapa da aptidão da cultura do milho

Aptidão climática para a cultura do milho

Pela enorme diversidade de tipos e variedades existentes, desenvolvidas ao longo do tempo, o milho (Zea mays L.) encontra possibilidades de cultivo em faixa muito variável de condições climáticas (Camargo, 1966). São conhecidas desde variedades extremamente precoces, adaptadas às regiões temperadas (frias) de estação vegetativ muito curta e dias bem longos, onde a colheita pode ser feita com 3 meses apenas, até variedades muito tardias, adaptadas às zonas equatoriais úmidas, como a Região Amazônica, cujo ciclo, do plantio à colheita, pode alcançar a 10 ou mais meses (Shaw, 1955). Em regiões tropicais propriamente ditas e em subtropicais, como no Planalto Central Brasileiro e no Planalto Paulista, as variedades adaptadas são de precocidade intermediária, bem menos tardia que nas áreas equatoriais.

Limites extremos tem sido estabelecidos para baixa temperatura e escassez de precipitação. O milho, praticamente, não é cultivado em áreas onde a temperatura média, mensal cai abaixo de 19,5 ºC, no período vegetativo. Não obstante, o comportamento das diferentes linhagens de milho podem variar muito quanto a exigência térmica para a germinação e desenvolvimento inicial. Acrescente-se que são poucas as que geminam abaixo de 10 ºC e que o florescimento, o desenvolvimento e a maturação são apressados com o aumento das temperaturas médias diárias até 26 ºC e que por outro lado, são muito retardados abaixo de 15,5 ºC.

Com respeito a precipitação pluvial, o milho é cultivado em regiões com qudas anuais desde 250 até acima de 5000 mm.

Exigências Climáticas

Na definição das exigências climáticas para a cultura do milho são considerados neste trabalho apenas os requerimentos das variedades adaptadas ao clima tropical.

As características climáticas que se mostram essenciais para a cultura do milho nas condições tropicais do Estado de São Paulo (Camargo, 1966), são a existência de verões quentes úmidos, que estimulem o desenvolvimento e a frutificação das plantas, seguidos de outono, inverno relativamente secos, que favorecem a colheita e o armazenamento do produto.

Parâmentros Climáticos Adotados na Cartografia

O estado de São Paulo, pelo seu clima úmido, não apresenta, normalmente, problemas por falta de umidade para a cultura do milho. As restrições climáticas trazidas pelo fator hídrico, são conseqüência , quer da ausência de estação seca, que dificulta a maturação e a colheita, quer da umidade excessiva, durante o ano todo, que traz sérios problemas culturais à lavoura.

Dessa forma, os parâmetros climáticos adotados para definir as diferentes faixas de aptidão climática para a cultura comercial do milho no Estado de São Paulo foram:

a) Temperatura média anual (Ta)= 19 ºC: é o limite inferior da faixa considerada termicamente apta à cultura do milho; como a temperatura média da estação de verão, nas condições do Estado de São Paulo, é cerca de 2 a 3 ºC maior que a média anual, tem-se no verão a temperatura média acima de 21 ou 22 ºC, condição de plena aptidão térmica;

b) Ta = 17 ºC: corresponde à temperatura abaixo da qual a faixa é considerada inapta climaticamente por insuficiência térmica; entre os limites de 17 a 19 ºC a faixa é considerada termicamente marginal;

c) Deficiência hídrica anual (Da) = 0 mm: separa as faixas que apresentam deficiência hídrica hibernal, daquelas sem deficiência hídrica, isto é, normalmente, sem estação seca; as faixas sem deficiência hídrica são consideradas marginais à cultura comercial do milho por trazer problemas na maturação e colheita do produto;

d) excedente hídrico anual (Ea) = 500 mm: indica excedente hídrico muito elevado, acima do qual as condições de umidade dificultam demasiado os tratos culturais e tornam marginal a faixa, para a cultura comercial.

Cartografia – faixas de aptidão climática

As diversas faixas de aptidão climática adotadas para a cultura do Milho, são as seguintes:

Faixa "A"- Ta acima de 19 ºC e Da, superior a 0 mm. A faixa apresenta plena aptidão térmica e hídrica para a cultura comercial do milho. Abrange quase todo o Planalto Paulista.

Faixa "B"- Ta acima de 19 ºC, Da, superior a 0 mm e Excedentes hídricos anuais – Ea inferior a 500 mm. Apresenta-se marginal climaticamente à cultura do milho por falta de estação seca, o que prejudica a maturação e a colheita do produto. A faixa principal aparece na parte central do Vale do Ribeira do Iguape.

Faixa "C" – Ta entre 17 e 19 ºC. Mostra marginalidade climática por restrição térmica ao desenvolvimento do milho. Situa-se nas áreas serranas, muito frias do Estado.

Faixa "D" – Ea, superior a 500 mm. Apresenta-se inapta à cultura comercial do milho por excesso de umidade. Compreende a litorânea e encostas sudestes das áreas serranas da Serra do Mar.

Faixa "E" – Ta inferior a 17 ºC. Mostra-se inapta à cultura do milho por insuficiência térmica. Compreende as áreas serranas mais altas e mais frias do território paulista.

Fonte: Zoneamento Agrícola do Estado de São Paulo, vol. 2. 1977.

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